Hoje é um dia diferente! Começámos pela clássica rotina do chuveiro e das torradas mas é a última rotina que vamos repetir destas últimas 2 semanas e meia. Mas isto sem tristeza nostálgica que nos prenda às maravilhosas experiências que vivemos ultimamente. Decidimos (em conversa pré-adormecer) que viver o momento é que é, e o momento é o de arrumar o nosso ninho-mobile para arrancar para a maior cidade da Nova Zelândia, Auckland. A arrumação tem um bocado que se lhe diga porque afinal de contas estamos há 15 dias a viver aqui e temos de nos certificar que não fica nada para trás.. É que a Nova Zelândia deve estar lá para os 19000kms de Portugal por isso não será fácil reaver coisas com certeza. A Ana mete o modo furacão, o Diogo vai de embalo e fica tudo nos trinques em 1 horinha e qualquer coisa. A viagem é supostamente de 1:30 horas (se formos com calma) mas quando começamos a chegar à periferia de Auckland apercebemo-nos que vai demorar um bocado mais e começa a ressurgir aquele bicho maléfico que vive dentro de todos nós e só surge na estrada congestionada.. aparentemente o trânsito desta cidade é uma característica conhecida e temida pelos locais.
À medida que vamos entrando cidade adentro o excitex aumenta. Parece uma nova viagem! Vamos em direção ao Sky Tower porque vamos ficar no Sky City Grand Hotel (miminhos para os meninos... Afinal tivemos a viver numa caravana estes últimos tempos). O hotel é mesmo no centro é ideal para passear e conhecer algumas das zonas mais famosas da cidade. Fazemos check in e vamos até ao elevador que nos leva ao nosso andar. Pelo caminho temos os dois a sensação que somos dois extraterrestres caídos ali. Afinal de contas a última vez que tínhamos visto um homem de fato e uma mulher de saltos altos tinha sido há três semanas, no nosso casamento. Bom, mas não nos deixamos afectar pelo facto de parecermos uns pelintras e vamos cheios de confiança elevador acima até ao 1003. Abrimos a porta do quarto como se fôssemos umas crianças a abrir o primeiro presente no natal e ficámos rendidos ao paraíso ... uma casa de banho mais limpa do que a nossa casa, uma cama mais confortável que o pêlo de uma ovelha, uma máquina de café Nespresso (que ninguém se atreva a beber porque devem ser uns 10 dólares o shot), uma janela com vista panorâmica para a Sky Tower que parecia uma televisão e uma televisão plasma HD que parecia uma janela. Deixámos as nossas malas no quarto e fomos entregar a nossa caravana ao stand da Maui que era, só e mais nada, a 20 km de distância. Contendo a nossa emoção e mantendo o prometido sorriso dissemos um adeus muito sentido à nossa companheira de viagem.
A nossa base agora é a Sky Tower, o edifício mais alto do hemisfério sul (alguém sabe qual o mais alto do hemisfério Norte?) e portanto um fácil ponto de orientação. Seguimos Queen Street abaixo, uma das artérias principais da cidade. Deu para perceber logo que existia um misto giro entre edifícios antigos e modernos. Na rua as pessoas movimentam-se em massa dos dois lados da avenida já indiferentes às dezenas de joalharias, lojas de souvenirs, restaurantes de fast food e lobbies de entrada de prédios de consultoras, bancos e seguradoras. Já eram 3 da tarde e a fome apertava tremendamente por isso fomos comer a um mexicano que vimos numa ruazinha perpendicular à avenida. Calhou-nos na rifa um burrito que mais parecia uma pequena almofada de sofá! Mesmo o que estávamos a precisar! Barriguinha cheia e descemos em direção ao porto onde acabava a avenida. No fim estava um prédio clássico muito bem tratado que é de onde saem os barcos para as lhas em frente à cidade que são habitadas como se fossem mais um bairro. Chegando à zona intitulada de "waterfront" viramos à esquerda e fomos ver a área renovada para a Americas Cup que aconteceu por aqui. Não faltavam restaurantes e bares à beira mar, e até um Hilton. O cenário é de uma marina de 5 estrelas.
Damos a volta e o vento começa-se a levantar de forma muito desagradável. Vamos de retorno para o hotel mas sempre a parar em lojitas aqui e ali para apreciar aquilo que são as souvenirs daqui (todas as lojas são geridas e mantidas por asiáticos, nós queixamo-nos que eles têm uma lojinha onde vendem chinesadas em Lisboa, mas eles aqui têm lojas onde vendem tudo, desde comida a produtos locais... taking over..!).
A chegada ao quarto de hotel foi uma surpresa. O Diogo referenciou que estávamos em lua de mel no check in, então eles deixaram-nos umas garrafinhas de champanhe no quarto com uma mensagem muito simpática a desejar felicidades (o Tama chicoteava os gajos se visse que o balde não tinha gelo até cima, mas vão receber um louvor no trip Adviser na mesma)!
Bebemos as garrafas, tomámos banho e fomos jantar fora feito campeões às 8:30. Claro está que a influência inglesa destes marmanjos não iria permitir grandes restaurantes abertos a essa hora.. Batemos com o nariz na porta de um e acabámos por ir comer uma pizza noutro que era tipo um pub. Mais cerveja menos cerveja decidimos dar uma volta na zona Britomart que tinha supostamente uma boa nightlife e voltámos para o hotel à 00:00. Estamos com o andamento todo... :)
Punakaiki debaixo de chuva até que tem o seu charme, mas começamos a ficar sedentos de sol! Mais uma manhã num parque de campismo e começamos a conseguir dar ratings às várias características das instalações: os duches, o Wi-Fi, a vista, a zona de parque, laundry, cozinha comunitária, etc. Os duches são sempre importantíssimos. Podem ou não ter água constantemente quente, podem ou não ter banquinho para colocar a roupa e o necessaire, podem ou não ter cabide para pendurar a toalha, podem ou não ter espaço para vestir fora do próprio do chuveiro, podem ou não ter paredes, podem ou não ter secador do cabelo. É sempre uma surpresa que pode ou não correr bem! Se não houver espaço há que fazer uma ginástica de fazer inveja ao karate kid e ter um equilíbrio de fazer inveja aos maiores bailarinos. E acreditem, estamos a ficar pros! Este último camping tinha pouco espaço, pouca pressão, não tinha secador, mas tinha um banquinho! Não está nada mau! :) Seguimos pela Route 6 até sairmos da zona da West Coast, deixando para trás o cenário de praia rochosa e montanhas. O caminho é longo então fomos explorar o Rough Guide New Zeland para ver o que podíamos fazer até chegarmos ao Parque Natural Abel Tasman. Uma boa parte da viagem é feita junto a um dos maiores rios do país, o Buller River, com água castanha da terra e uma corrente muito forte. Aproveitamos para parar em alguns miradouros para tirar umas fotografias, fazer piquenique e apreciar a vista.
Algures a meio da viagem encontrámos uma tabuleta a dizer "Buller Gorge Swingbridge". Parámos a caravana e fomos descobrir o potencial da coisa! Era 1 hora de trekking por um percurso que em 1929 tinha sido brutalmente devastado por um terramoto de 7,9 na escala de Richter. A força da natureza levantou a terra uns bons metros e abriu fendas enormes que ainda hoje podem ser vistas. Este local é também conhecido pela exploração de ouro que continua a existir hoje em dia. Mas já voltamos a este tema! O percurso começa pela travessia da tal Swingbridge, uma ponte que atravessa o rio de corrente forte e que só tem largura para passar uma pessoa. Para não bastar, a ponte balouça à medida que vais andando... Mais uma vez, o Diogo branco da cor daquela gravilha das Blue Pools!
(Pedimos novamente desculpa pelo vertical video, mas a emoção era tanta que foi o que se arranjou! :P)
Pés bem assentes na terra fomos andando pelo trilho marcado com placas e sinais que nos levavam por zonas arenosas junto ao rio, por caminhos feitos de pedras arredondadas e por passadiços de madeira por cima de lama da chuva que tinha parado há 30min. Vimos uma árvore com um nome Maori, que agora não nos lembramos, com 300 anos e da altura de um pequeno prédio. Ao chegarmos à torre que tinha o slide que nos levava, por cima do rio, de volta ao ponto de partida, encontrámos um senhor de boné, cabelo branco, barba rasa, que mais parecia um mineiro tirado de um desenho animado. Dissemos-lhe que no caminho até ali tínhamos encontrado um bilhete no chão para fazer um slide. Ele valorizou a nossa honestidade e deu-nos uma lição prática de gold panning, que era uma actividade paga. Encontrámos umas pepitas de ouro, ou pelo menos ele disse que sim... De seguida, fomos para a rampa de lançamento do slide que era operado pelo mineiro (:O medo...), escolhemos tandem para irmos os dois juntos e depois de sermos devidamente presos ás cadeiras de pano e de o homem do outro lado da ponte abanar uma bandeirinha amarela, lá vamos nós! ... Mais devagar do que o esperado... Ainda estamos a ir... Nunca mais chegamos... E pronto já está! Estamos com os níveis de adrenalina muito em cima ao que parece! Montamo-nos na nossa casa com rodas e continuamos rumo a Norte junto ao rio. De repente o cenário muda totalmente. Começam a aparecer quintas atrás de quintas com tudo o que se possa imaginar, de vinhas a amoras, de algodão a feijão, de maçãs a kiwis, de ovelhas a vacas e cabras, cada 5 metros era uma quinta diferente. Isto dura até entrarmos no parque natural Abel Tasman. Aí recomeçam as curvas apertadas, subidas e descidas por vegetação menos exótica cheia de pinheiros gigantes. Depois como quem quer pregar um susto, aparece-nos um areal enorme com mar ao fundo e barcos atascados, uma ria que deságua numa baia chamada Mahrau.
Seguimos na única estrada que existe junto á praia com a vista para o horizonte de mar interrompido por umas ilhas do lado esquerdo da baía. No fim da estrada entramos para o nosso campervan park Old McDonalds Farm e somos recebidos por mais um muito amistoso neozelandês que nos regista e indica o caminho para o nosso lugar no parque de caravanas. Feito o estacionamento, decidimos ir dar uma volta á mini cidade. Não se passa muito e á volta entramos num café bar chamado Park que tinha provavelmente 75% da população da aldeia numa mesa á conversa. Coincidência ou não, o dono do bar já tinha estado no Pantanal o que deu para fazer conversa sobre o Bernardo e as suas experiências. Outro rapaz que por lá estava tinha estado o ano passado em Portugal no Boom Festival e para o ano lá voltaria (trocámos e-mails para possivelmente nos encontrarmos). Uma cervejinha acabada e vamos para a caravana com uma necessária paragem num amiguinho Alpaca que já tínhamos avistado! :)
Hoje foi o primeiro dia que acordámos com o céu completamente cinzento uma chuva torrencial. Fizemos a nossa rotina do costume: umas grandas torradas na caravana, um hot shower nos duches do campismo, e siga viagem para mais um sítio mágico. Agora a Route 6 tem um cenário um bocado diferente, do lado direito montanhas abismais com uma vegetação super densa e à esquerda a costa oeste com uma linha de praia de km e km. A paisagem é linda até 1 km de distância, não para ver mais que isso devido ao nevoeiro. (Pedimos desculpa pelos vídeos verticais, íamos tirar uma fotografia e acabámos por filmar :P)
São uns valentes km até à primeira paragem, Hokitika, que com a chuva intensa e o nevoeiro cerrado levantam duas questões pertinentes: será que vai acabar o mundo com uma inundação? Ou será que o D. Sebastião vai aparecer no meio da estrada e sem querer vamos atropelá-lo? Hokitika é uma mini cidade junto ao mar onde o seu grande monumento é uma torre do relógio numa rotunda. Paramos a nossa casa e vamos a pé até à praia tirar umas chapas, debaixo de uma tempestade agressiva. Descobrimos outro monumento, o nome da cidade escrita em troncos junto ao mar.
Entramos no Stella Cafe para comer qualquer coisinha. No menu estava "Cheese Waffles with Bacon" que decidimos pedir como entrada. Em cima disso, o Diogo pediu um Lamb Beef Burguer e a Ana, com saudades dos ovos com bacon do Hotel Millbrook, pediu um All Day Breakfast. Tínhamos ali, em cima da mesa, umas ligeiras 37mil calorias. Ah, e como não estávamos satisfeitos, ainda pedimos um batido de banana que parecia que estávamos beber leite condensado por uma palhinha.
Barriguinha cheia, siga a marinha! O próximo ponto de paragem é em Punakaiki que nos foi sugerido para vermos o Pancake Rocks e os Blow Holes. Demorámos mais 3 a 4 horas a chegar, que acumuladas ao ao longo do dia ainda são umas quantas horas dentro do carro, o que tem as suas consequências.
Finalmente chegámos às famosas Pancake Rocks que são rochas formadas por várias layers de sedimentos que parecem montanhas de panquecas, umas em cima das outras. Para vermos este mistério da natureza fizemos um passeio junto ao mar num sítio tipo boca do inferno, mas com muito mais vegetação.
De seguida, fomos parar a nossa van no Beach Camp, um parque de campismo no meio da floresta mesmo junto à praia. Saímos logo a seguir para um trekking de cerca de 1 hora no Paparoa Park. O trilho era estreito por entre as mil e uma árvores, sempre junto ao rio. A vegetação era tão densa que embora saibas que estás a 5 passos do rio por vezes não o consegues ver. Parecia que estávamos a ser perseguidos por um T-Rex que nunca aparecia, mas estava ali escondido no meio do mato de narizinho apontado para nós à espera do primeiro deslize para atacar. Em falar em deslizes, enquanto tirávamos umas selfies em time lapse, a Ana pisou em falso e ia caindo para o rio, como se vê nas fotografias :P
No retorno do passeio, vimos dois animais os Wickers (será assim que se escreve?) que pensávamos serem Kiwis. Ficámos uns minutos a filmá-los super entusiasmados que estávamos perante o bicho mais famoso da Nova Zelândia. Not!!! Viemos a descobrir que eram simples pássaros, uns primos afastados das galinhas.
Eram 7 da tarde quando chegámos à caravana e as 37mil calorias que ingerimos ao almoço relevaram não ter sido uma grande ideia. Estávamos de tal maneira mal dispostos que nem conseguimos jantar. Fomos dormir pelas 20h com a chuva a bater forte na caravana proporcionando um adormecer muito cozy! :)
Para começar bem o dia limpa-se esgotos e muda-se as águas da caravana. Coisas agradáveis de fazer logo pela manhã!
Depois desta tarefa espetacular seguimos viagem rumo a Franz Joseph para uma excursão num dos 3mil glaciares que existem neste país. Mais uma vez, os cerca de 150km de viagem mudam a cada curva. Primeiro a paisagem começa por ser feita de planícies verdes, tão verdes que parecem tapetes sintéticos. Depois, a estrada (Route 6) começa a aproximar-se da costa e a paisagem muda completamente. O que antes eram prados a perder de vista agora são enseadas rochosas onde nasce o Tasman Sea. Estão a ver a Estrada do Guincho? Não tem nada a ver! Entre as tais enseadas saltam praias de gravilha com muitos troncos secos.. é estranho, mas bonito!
Uma pequena nota: como Portugal é o país das rotundas, a nova Zelândia é o país das pontes. Não fazes 5 metros sem tropeçares numa riachito com uma ponte de uma só faixa. Ou passa um carro para lá, ou passa um carro para cá. Riachito em riachito lá chegámos a Franz Joseph pelas 11.30h. Temos 30 minutos para almoçar, ir ao supermercado, preparar um lanche para meio da tarde, registar-nos na excursão, vestir aquelas roupas de neve e apanhar o helicóptero para os glaciares. And we did it!
O caminho até ao heliporto faz-se pelo meio do mato parece que estamos na tropa e temos uma missão de salvamento. Tal como nos alertou a senhora Fátima Moura na cerimónia, a Ana ficou magicamente com vontade de fazer xixi a meio do caminho para o helicóptero, acabados de sair do edifício onde havia casas de banho.... Previsível! O que valeu foi a casa de banho de festival que havia no heliporto para os senhores que lá trabalhavam! Depois de levarmos uma lição de segurança do Bro, um neozelandês claramente de descendência Maori, seguimos para dentro do helicóptero com mais dois casais (um casal Britânico e outro Malaio). O piloto levanta vôo, dá meia volta e vai em direcção às montanhas dos glaciares. Aterramos em pleno glaciar, no meio do gelo, rodeados de branco e pedra.
O nosso guia Josh dá-nos as indicações de segurança para colocar os crampons, os pitons para o gelo que se metem nas botas, e lá vamos nós em mais uma aventura subir os glaciares com um grupo de 6 malaios e o tal casal de britânicos. O gelo dos glaciares parece vidro e à medida que subimos mais branco e puro está. O passeio é feito entre rachas gigantes no gelo e o Josh vai usando a sua picareta para fazer degraus nas paredes de gelo para irmos subindo. Ele explica-nos que os glaciares movem-se 3 a 4 metros por dia! Como tal, nenhuma excursão é igual. O staff todos os dias trabalha o gelo de forma a abrir caminhos para que seja possível fazer as visitas que são verdadeiras gincanas. Passámos por dentro de túneis de gelo que não são maiores que a nossa largura de ombros.. um tanto claustrofobico, mas brutaaaaal!
Já estávamos a chegar ao topo do glaciar quando as nuvens começam a aparecer e o nevoeiro ameaça a continuação da aventura. O Josh demonstra muita tranquilidade, mas percebemos pelas conversas no walkie-talkie que a indicação é começarmos a descer. Paramos uns minutos para comer o nosso lanche, tirar umas pictures e estava na hora de voltar. As condições não estão nada favoráveis e é melhor jogar pelo seguro. É neste momento que ouvimos um mega estrondo vindo lá de cima! Olhámos todos com o coração na garganta... Uma derrocada ao vivo! Um conjunto de calhaus de gelo que deslizava montanha abaixo acompanhado de um som forte tão natural como assustador! O Josh, mais uma vez, demonstra uma tranquilidade exímia que nos deixa um bocado mais relaxados! Seguimos viagem, sempre a descer! O helicóptero foi buscar-nos e fizemos a viagem até terras seguras com uns ligeiros abanões. Tivemos muita sorte porque pelo que se percebeu depois de nós só subiu mais uma excursão por causa do tempo... Vem aí chuva durante 2 dias e com chuva não há passeios! Depois da excursão estava na hora de descobrir um campervan Park e acertámos na muche com o Rainforest Retreat. Cada lugar de caravana era "esculpido" no mato e toda a zona era em plena floresta. Lindo e relaxante!
À noite fomos beber uma cervejinha ao bar do parque de caravanas e depois de uma caneca, mesmo à montanhistas, aparece a senhora do bar com champanhe a perguntar se estávamos em lua de mel (??? Mas como é que ela sabe?!). Então foi o casal de britânicos que veio connosco em excursão, o Euan e a Bethany que estavam sentados do outro lado do bar, que nos ofereceram este presente (nós dissemos que estávamos em lua de mel durante a excursão)! Muito porreiros. Fomos ter à mesa deles e là ficamos 4 horas na conversa, a beber uns copos e a trocar impressões de viagem! Muito muito castiço!!
Acordámos com muito menos frio, as almofadas a isolar as paredes da caravana onde nós dormimos deram resultado!
Hoje a viagem é longa porque vamos de Manapouri até Haast! Arrumámos a caravana, despedimo-nos do Possum Lodge e do lago Manapouri que nos acena de volta com uma paisagem linda debaixo de um dia de sol espectacular. Até Queenstown são cerca de duas horas de caminho e, como já foi dito num post anterior, este caminho é metade em planícies e planaltos com ovelhas e a outra metade a contornar o lago Wakatipu entre curvas e contra curvas que descortinam autênticos quadros paisagísticos que o avô Diogo iria adorar desenhar a aguarelas. Como não podia deixar de ser esquecemo-nos do stick da GoPro do senhor comandante no nosso quarto em Millbrook. Então decidimos passar por lá para ir buscar e acabou por ser uma sorte.
Um dos senhores da recepção, o Mathias, deu-nos imensas dicas e aconselhou-nos a ir visitar Arrowtown para almoçar. Esta cidadezinha nasceu no gold rush desta zona e a arquitectura manteve-se, por isso parece que estamos a passear por um filme Western, mas muito fashion. Almoçámos no Chop Shop (como sugeriu o Mathias) que era muito bom, mas meio carote.
Montámo-nos na nossa big caravan e seguimos viagem passando por Cromwell e Wanaka. A paisagem muda a cada hora, de riachos entre montanhas para quintas com vinhas e pomares intercaladas com quintas com vacas e ovelhas em planícies verde vivo ou castanho terra. Andar de carro horas a fio não custa nada quando uma pessoa não tem bem a certeza o que vai ver depois da próxima curva.
Ao passar Wanaka (avistámos uns malucos a fazer skydiving.. A Ana está cheia de vontades!!) chegámos ao lago Hawea e seguimos pelo lago Wanaka, tudo sítios brutais para grandes fotos e filmes com o recentemente recuperado stick da GoPro :P
De repente, o Diogo olha para o monitor de bordo e pimbas, luzinha do motor acesa. A Ana pensa "pronto! é o fim das nossas férias, vem um tsunami e o mundo vai acabar!" (sempre com o seu positivismo característico)! O manual da VW diz para andarmos devagar e pararmos na oficina mais próxima... Mas nós estávamos literalmente no meio do nada, não há viva alma a não ser pássaros, não há bombas, não há rede de telemóvel.. A única coisa que há são 100 e tal km de curvas e contra curvas numa paisagem que reduz as nossas conversas a "Uau!", "Uau", "Uau". Não havia nada a fazer a não ser esperar chegarmos a Haast e tentar falar no telefone do parque de campismo para o número SOS das caravanas! No meio do caminho encontrámos uma placa que apontava para o meio do bosque e dizia "Blue Pools". Parámos a nossa casa ambulante, e agora doente, num reentrância da estrada e lá fomos nós à descoberta, a pé 30 minutos pelo meio das árvores que de tão densas tapavam o céu. Foi uma boa paragem! As Blue Pools são pequenos rios formados com a água que vem em cascata diretamente do cume da montanha. Por o solo ser gravilha muito branca, a água que é pura fica azul turquesa, parece as Caraíbas mas em versão Rio! O caminho até às piscinas não foi fácil, era por uma apertada ponte que balouçava de uma forma tão intensa que parecia que ia virar! O Diogo tem vertigens então acabou por ser um episódio engraçado saltar em cima da ponte e fazer-lhe tanto medo ao ponto de ficar branco, tipo da cor da gravilha! Ahahahah!
Continuámos caminho por mais cerca de 2 horas. Estávamos a andar na base de uma cordilheira de montanhas, chamada Mount Aspiring. Íamos quase que paralelos ao rio que corre no meio da cordilheira e, tanto do lado direito como do lado esquerdo, erguiam-se abismais paredes de pedra e vegetação, que por vezes nos presenteavam com cataratas com uma força tal que pareciam uma torneira ligada no meio das montanhas.
Chegando ao fim da cordilheira, o céu abre-se como que anunciando um fim de mais um momento mágico. Parámos a nossa caravan no Parque de Campismo que não tinha nada a ver com o primeiro. Este era muito mais comercial e grande. O Possum Lodge deixou mesmo saudades! Ligámos para o SOS Maui (da assistência das caravanas) e uma voz, possivelmente Noca, do outro lado a falar um inglês manhoso garantiu-nos que dentro de uma hora ia chegar alguém da assistência para ver a nossa caravana. Como já é normal, o senhor da assistência transbordava felicidade e simpatia. Lá fez o que tinha a fazer e, em princípio, ficou tudo resolvido.
Esta noite pela primeira vez cozinhámos dentro da caravana e, mais uma vez, fomos dormir cedo.
Primeira noite na caravana, na nossa Lua de Mel, no meio de um bosque junto a um lago gigante rodeado de montanhas, umas com neve outras verdes, super romântico não acham?? NOT!!! Acordámos com o cérebro completamente congelado, meter um dedo fora do edredão era pior do que uma tortura chinesa. Claramente ainda não aprendemos os truques dos caravanistas. Saltámos da cama e metemos o aquecedor no máximo, fizemos umas grandes torradas e tomamos um banho quente nos showers do parque de campismo. Revitalizante! Acabámos por perceber que tínhamos que vedar as paredes da caravana junto à cama com almofadões para não deixar o frio entrar assim à campeão por ali a dentro. Vamos lá ver na próxima noite!
Fizemos a mochila e fomos pelo bosque fora, cerca de 5 minutos a pé, até um ancoradouro onde estava o barco que nos levava um dia inteiro numa viagem até aos fiordes de Doubtfull Sound. Apanhámos o barco e fizemos uma viagem de cerca de 1 hora pelo Lake Manapouri, rodeado por mil e uma montanhas muito altas, muitas delas com neve que ainda resta do inverno que passou. Fomos neste barco até a outro ancoradouro onde está a Manapouri Power Station, uma estação hidráulica que é capaz de fornecer energia a toda a Ilha Sul da Nova Zelândia,
Daqui fomos levados, nós e mais uma dúzia de chineses (aka Nocas, para ninguém perceber), de autocarro por um tracking nas montanhas onde o cenário mais se assemelha ao filme Jurássico Park. Com vegetação intocada com cataratas gigantes a sair do meio das pedras, árvores cobertas de musgo verde vivo com formas surreais e vários arco-íris (não porque chovia mas porque estávamos à altura das nuvens). Tudo isto numa mini estrada de gravilha que de um lado tinha cascatas e do outro um precipício que ía dar aos imensos lagos dos fiordes. Algumas montanhas tinham neve no cume, outras apenas os vários tons de verde dos antigos outfits do Diogo.
A viagem de autocarro durou 1 hora e foi animada pelo Chris, o condutor que tinha sempre uma piadola na ponta da língua!
Chegámos a outro ancoradouro onde tínhamos uma nova tripulação à nossa espera típica neozelandesa, sempre com um mega sorriso na cara e umas palavras muito simpáticas. Nesta tripulação estava a Eugenia, uma senhora tripeira que fez questão de dar um mega abraço à Ana e contar a vida toda. Como boa portuguesa, ofereceu-nos um granda expresso à pala! Obrigada Dona Eugenia! Entrámos neste novo barco e seguimos viagem por uma artéria dos fiordes que ia até Doubtfull Sound, a entrada do Tasman Sea.
De forma a perceberem um décimo da beleza que isto é, vamos tentar utilizar metáforas e analogias porque de outra maneira não é possível! Estes fiordes foram descobertos no século XVIII por James Cook, o explorador britânico, que ao chegar pelo Tasman Sea a Doubtfull Sound teve receio de não conseguir dar a volta e não entrou pelo braço (artéria) que nós fizemos de barco (daí o nome Doubtfull). À medida que navegamos no braço de água vão aparecendo montanhas com 700 e 800 metros de altura, pela esquerda e pela direita, que nascem junto à água com praias de gravilha. Crescem com vegetação densa de árvores enraizadas na pedra e cataratas que aparecem, quase que magicamente, em rachas onde não existe vegetação. As montanhas chegam até às nuvens sendo por vezes impossível de ver o cume. Agora imaginem isto ao longo de quilómetros e quilómetros de lago, com mil e um braços a saírem deste principal, como se fossem veias a sair de uma artéria. E cada montanha encavalitada noutras cinco criando vales e riachos dignos de pinturas de museu. E nós ali, a navegar por esta paisagem fora como se estivéssemos no século XVIII na tripulação do Cook a encorajá-lo para continuar em frente e descobrir um mundo mágico que estava à sua espera!
Avançámos até ao ponto chamado Doubtfull Sound, mas como o mar estava bravo não podemos ir ver a colónia de focas :( No entanto, parámos na ilha dos pinguins e houve um que saiu da toca como quem sabia que estávamos ali todos à espera para lhe tirarmos uma foto! Granda Piriquito Bailarino de sobrancelhas amarelas e fato preto! Foi aqui que demos meia volta e voltámos para trás. Não antes de pararmos num dos braços secundários, o Crooked Arm, para desligar os motores e apreciar o silêncio puro dos fiordes durante 5 minutos, sem falar nem sequer andar dentro do barco. Como se fossem chamados pela tranquilidade do silêncio, apareceram um grupo de golfinhos aos pulos atrás do barco, marcando assim o fim dos 5 minutos e proporcionando um espetáculo de dança marinha brutal! Golfinhos Check Pinguins Check Ficaram a faltar as focas e as baleias, mas estamos de barriguinha cheia! :) A última paragem do barco, antes de voltarmos a apanhar o autocarro de volta para o Lake Manapouri, foi junto a uma das montanhas que tinha uma cascata que escorria água das mais puras do mundo. Fomos buscar a nossa chávena de chá, deitamos o chá fora, e enquanto a Ana levava uma molha de água pura encheu um cup of pure water para bebermos três golos.
Regressámos à caravana de alma preenchida, olhos limpos, pulmões revitalizados e com a perfeita noção que este será o sítio mais bonito que vamos ver nesta viagem, quem sabe nesta vida! Depois de uma sesta merecida, sim porque as 18h dá-nos sempre um sono estranho que parece que se não fecharmos os olhos vamos ficar sem eles, fizemos o jantar na cozinha comunitária e lavámos roupa na lavandaria comunitária.
Às 22h metemos os almofadões a vedar as paredes da caravana e dormimos que nem uns anjinhos! What a day! :)
O acordar vai ficando cada vez mais alinhado com este lado do mundo e hoje é o último dia no hotel por isso tencionamos aproveitar cada minuto a 120%! Hoje avizinha-se um dia limpinho de nuvens e vento, mas o frio apareceu em força e devem estar uns 7 ou 13 graus. O caminho até aos ovos com bacon foi um bocado mais custoso! Para hoje temos marcado ir buscar a caravana, saltar no Highest Canyon Swing in the World e seguir viagem para sul para a zona dos fiordes. Pois então fazemos a última vistoria ao quarto e seguimos para o checkout na recepção. Eles dizem-nos que podem dar-nos boleia até ao stand da Maui Motorhomes. À chegada a senhora recebe-nos com uma simpatia já típica neozelandesa ( mas com um tom e uma forma de falar que apetecia dar estalos em modo combo do street fighter), e diz-nos que estávamos marcados para o dia anterior (!!! Ups), mas sem problema. Levámos uma ensaboadela de regras de segurança, protocolos e informações várias e depois um senhor vem connosco explicar a parte prática da caravana (águas, electricidade, esgotos, camas, mesas, etc,etc). Acabou a lição e lá vamos nós, chave na ignição, travão de mão desengatado e em frente...ups... sempre pela esquerda!!! SEMPRE PELA ESQUERDA!
Muito obrigado a quem participou para este presente!!!! :)
Agora vamos lá atirar-nos de um precipício a 350m de altitude com uma queda livre de 60mts é um Swing de 200mts. Chegamos à lojinha e eles dizem-nos que ainda temos 45minutos (alguém está ansioso claramente). Chega a hora e tiram-nos os pesos, os dados pessoais e fazemos um caminho de 20 minutos até ao local (a parte da chegada é por uma estrada que devia ser uma actividade só por si). O sítio é "lindo de morrer" com grandes montanhas todas rasgadas de encostas num misto de verde e pedra com um riacho no fundo.. Parece um filme! A zona de salto é uma barraca de madeira e parafusos pequeninos. Os gajos que fazem toda a preparação têm um discurso afinado para que tu não vás para ali tranquilo ("im an honest Travel guide, and i must say that this is not safe", "we have a success rate of 51%, dont worry", "i tried to jump once and then i realized the equipment was shit and everything was still under construction, so i never did it again") :O !!! Decidimos saltar os dois juntos de frente, puseram-nos os arneses e fomos dos últimos a saltar. Quando chegou a nossa vez perguntaram se portugal não era uma ilha em África e puseram a música do Madagascar "move it". "On go you must take a step forward together and jump" diz o homem enquanto olhamos para o precipício e nos pomos com os dedos do pé na pontinha. 3, 2, 1, MOVE IT! E lá voaram os piriquitos para uma queda espectacular de alguns segundos... Uma sensação única de medo, ansiedade e felicidade! Que loucura!!!! (Depois partilhamos o vídeo)
A quem quis participar no nosso vôo de baptismo, muito obrigado!!!!! :)
Eram 15h e tínhamos que começar a viagem para Manapouri, o ponto de saída para o passeio do Doubtfull Sound. Fomos buscar um granda burrito a uma tasca mexicana chamada Caribe (aconselhamos vivamente) e partimos na nossa caravana do amor!
O Diogo não só guiou a caravana durante 2 horas e tal como estacionou num parque de um supermercado num lugar para carros normais. Ficámos um bocadinho com o rabiosque de fora.......
Depois de abastecer a caravana de alimentos, seguimos pela estrada que não há palavras para descrever. A primeira hora é feita de curvas e contra-curvas ao longo dos Lagos com montanhas dos dois lados. Mete a marginal num chinelo! Imaginem uma costa mediterrânea que se cruzou com as montanhas austríacas e tiveram um filho que encheram de esteróides... É este o nível da coisa! Depois a segunda hora de viagem é planícies e planaltos pintados de verde e castanho com 20 ovelhas por m2. (Ahhhh, então é por isso que as UGG são a 70€!!) Infelizmente as fotografias ficaram na máquina por isso só depois é que podemos mostrar!
Chegámos ao Possum Lodge, Manapouri, e temos um lugar espetacular para a nossa caravana. Parqueamos o bicho e vamos ver os arredores. Não é que a 20 passos de distância está um lago de onde parte o barco para os fiordes! O cenário é mais uma vez lindo de morrer e nós agradecemos este karma espetacular :)
Acabámos o dia a fazer a nossa cama na caravana e a arrumar as coisas nos poucos armários que existem.
Acordámos às 6 da manhã, todos jetlaggados! Tomámos o pequeno almoço no Hotel, como quem diz um pratão de ovos mexidos, bacon, cogumelos, tomate assado, torradinhas e salsichas, seguido de um prato de fruta e doces. Mesmo bom!
A nossa vista na mesa era um campo de golf rodeado de montanhas, algumas ainda com neve no cume, outras com vários tons de verde, tipo os outfits do Diogo há 4 anos atrás. :P
Depois do pequeno almoço de campeões apanhámos um transfer para o centro de Queenstown, a cidade mundialmente conhecida pelos desportos radicais. A ideia era passear pela cidade e ver quais actividades podíamos fazer! Fomos fazer um plano do dia para a "praia" de Queenstown.
Decidimos subir de "gondola" aka teleférico até ao topo de uma montanha mesmo junto à cidade e ver uma vista de cortar a respiração. O centro da cidade é virado para uma baia do Lago (não nos lembramos do nome agora) e dá para ver duas mini penínsulas que entram pela água a dentro. É um quadro autêntico que torna a cidade (meio acinzentada) uma obra de arte natural.
Também de cortar a respiração foi a corrida de carrinhos de rolamentos que fizemos a descer parte da montanha. Chama-se Luge e tem uma pista azul e uma vermelha, cheias de curvas e contra-curvas, túneis e lombas. Fizemos 2 azuis e 1 vermelha com uns capacetes todos estilosos!! (Ana: Só estou com um capacete azul porque o vermelho só havia XS!)
Acabada a brincadeira dos carrinhos, descemos novamente a montanha e fomos marcar para a tarde um barco que tinha 820 cavalos e andava pelos braços do lago, a fundooooo!!!! Depois fomos almoçar ao FERG Burguer, o restaurante mais famoso da cidade.. Era um hambúrguer tipo pizza, tinha tanto de grande como de enjoativo. Nenhum de nós conseguiu terminar. Fica a fotografia que comprova o tamanho dos bichos!
O tempo começou a mudar e caiu uma mega carga de água que nos impossibilitou de andar no bote de 820 cavalos! Um misto de alívio com tristeza! Pode ser que ainda consigamos lá voltar :)
Chegámos a casa e apagamos completamente. O que eram 10 minutinhos de olhos fechados, viraram 3 horas a roncar! O relógio interno da Ana nunca falha portanto sem despertador acordou em cheio as 20.35h.. Já estávamos 5 minutos atrasados para um jantar fancy que tínhamos marcado no restaurante fine dinning do hotel. Vestimos o nosso melhor kit (e único) e fomos completamente zombies comer comida gourmet!
Mãe da Ana atenção às fotos!
Entretanto chegámos ao quarto e a madrinha Mary S tinha lá "deixado" uma garrafa de champanhe para celebrarmos o love como deve ser!!! Mil obrigados madrinha querida!!!!!!
Kuala Lampur para Melbourne foram 7 horas de avião em que já estávamos mesmo a dar as últimas. Noção horária era mentira. Seria ainda segunda ou já era terça? Era hora de tomar o pequeno almoço ou de jantar? É que não nos lembramos de ver dia desde que saímos de Lisboa! Sempre que aterrávamos era de noite!
A Ana estava verde e o Diogo roxo, literalmente roxo! As pernas dele tinham inchado e as meias estavam a fazer uma pressão tal que estava mesmo roxo! A Ana, como boa mulher, deu-lhe umas valentes massagens e a coisa mudou um bocadinho de cor :P
Chegados ao Aeroporto de Melbourne fomos comer uma pizza e tentar dormir... Íamos ficar ali presos as próximas 8 horas e eram 3 da manhã (estão a ver? é sempre de noite!). Escolhemos o melhor spot, o Aeroporto não tinha viva alma, e deitamo-nos pela primeira vez na horizontal em 30 horas... Quem agradeceu foram as nossas pernas e os nossos pés! (Será que se considera noite de núpcias?!) Dormimos cerca de 3 horinhas e acordamos eram 7 da manhã, o voo era às 10h. A Ana enquanto esperava que a Vitória Secret abrisse portas para a felicidade, achou que era normalissimo comer um hambúrguer chicken do Bruguer King (aka Hungry Jacks na Austrália). O Diogo foi mais conservador e optou por uma omelete no restaurante chinês. Bom, comidas à parte, lá abriram as lojas, a Ana lá repôs o stock na VS, e depois de darmos 2 voltas ao Aeroporto encontrámos UGG a 70€!! Um escândalo de preço, quem quiser encomendas avise!
Lá apanhámos o avião para a Nova Zelândia, com os olhos postos numa cama King Size e o coração preso naquelas UGG a 70€! Foram 2.30h, parece impossível que existam viagens que durem menos de 7 horas! Mas se acham que entramos no avião sem qualquer problema, desenganem-se! Não tínhamos imprimido o bilhete de regresso para Lisboa então não nos deixavam embarcar para lá sem essa garantia que voltávamos para casa! Agora a coisa complicou-se, faltavam 20 minutos para o avião descolar e a Ana não tinha os bilhetes em anexo no e-mail, raio do iphone quando mais precisamos dele gosta sp de nos desiludir! Ligámos à Mãe do Diogo que era a única pessoa que tinha os bilhetes no e-mail! Graças a todo o bem que devemos ter feito nesta ou noutra vida, a mãe do Diogo enviou-nos os bilhetes e conseguimos embarcar. mas acreditem, o processo não foi nada fácil e entrámos no avião mesmo à última!
Recompensa por sermos boas pessoas também deve ter sido o facto de no avião nos terem oferecido um voucher de 10$ para gastar em águas e comidas de avião! Sim, era uma low cost, mas até um iPad nos emprestaram para nos entretermos durante a viagem! Enquanto o Diogo jogava aos tiros aos bonecos, a Ana dormiu quase a viagem toda. Também, 2.30horas de voo é para meninos!
Indiscritível a aproximação ao aeroporto de Queenstown, na Nova Zelândia! O avião andava a voar entre montanhas gigantes com neve no topo (isto junto com uma turbulência jeitosa não estava a deixar a Ana super confortável). Mas sem dúvida a paisagem mais linda que vimos! Não queríamos acreditar na quantidade de montanhas lindas com rios enormes a passar pelo meio e a rasgar planaltos de mil verdes diferentes, era um espectáculo da Natureza o que estávamos a ver! Chegámos aos Fiordes! Deixamos aqui uma foto já no aeroporto que era rodeado destas montanhas, completamente no meio do nada num vale. A foto é meia clandestina e não mostra bem a situação porque levámos logo na cabeça por estarmos a usar telemóveis então não ficou impecável.
Chegados a Queenstwon e deu logo para perceber que a malta da nova Zelândia são os mais simpáticos, o senhor da alfândega impecável, a senhora do controlo biológico impecável e até o chinês da loja da vodafone respondeu com um "obrigado" em português!! O Pete, o faz-tudo do hotel Millbrook (que a granda madrinha Mary S nos ofereceu para ficarmos duas noites antes de partimos na caravana), foi-nos buscar e levou-nos ao hotel!
Bem, este Hotel é literalmente no meio das montanhas, mega rústico e mega chique ao mesmo tempo, não há descrição para o bonito que é! (O duarte e o tama iam roer-se para verem isto) Ficámos a dormir numa casinha, à frente de um lago, mega rústica/luxuosa! Tem tudo o que sonhamos: cama King Size, banheira gigante, varandinha para uma vista de perder o fôlego!
Mas acham que chegar à cama King Size foi fácil? Claro que não!!! Passámos por outro mega contratempo que achámos mesmo que não íamos resolver! E aqui a culpa foi 100% nossa que nos esquecemos de fazer o que o pai da Ana avisou! O Sr Comandante tem sempre razão! (Vamos fazer como na escola e como castigo vamos escrever esta frase 100 vezes para não nos esquecermos mais)
Então é o seguinte: quando se recebe um cartão de crédito há que activa-lo numa máquina de MB (claramente passou-nos ao lado), e depois deve-se colocar um limite de crédito útil (e não só 250€ mesmo à forretas). Os neozelandeses são mesmo porreiros e deixaram-nos ir dormir uma sesta (mas não sem antes encher a banheira de água quentinha e ficar de molho 15 a 20 min com uma pitada de sais... descrição digna de receita não é Sra Fátima Moura?) até às 8pm que são 8am em portugal quando abrem os bancos e hora em que falámos com a Carla do Activobank que nos resolveu a situação. Obrigada Carla! Depois fomos jantar num dos restaurantes do hotel para nos irmos deitar outra vez. O céu está lindo, limpinho e cheio de estrelas. Não se pode pedir muito mais :)