Tá frescote filhote!
Para começar bem o dia limpa-se esgotos e muda-se as águas da caravana. Coisas agradáveis de fazer logo pela manhã!
Depois desta tarefa espetacular seguimos viagem rumo a Franz Joseph para uma excursão num dos 3mil glaciares que existem neste país.
Mais uma vez, os cerca de 150km de viagem mudam a cada curva. Primeiro a paisagem começa por ser feita de planícies verdes, tão verdes que parecem tapetes sintéticos. Depois, a estrada (Route 6) começa a aproximar-se da costa e a paisagem muda completamente. O que antes eram prados a perder de vista agora são enseadas rochosas onde nasce o Tasman Sea.
Estão a ver a Estrada do Guincho? Não tem nada a ver!
Entre as tais enseadas saltam praias de gravilha com muitos troncos secos.. é estranho, mas bonito!
Uma pequena nota: como Portugal é o país das rotundas, a nova Zelândia é o país das pontes. Não fazes 5 metros sem tropeçares numa riachito com uma ponte de uma só faixa. Ou passa um carro para lá, ou passa um carro para cá.
Riachito em riachito lá chegámos a Franz Joseph pelas 11.30h. Temos 30 minutos para almoçar, ir ao supermercado, preparar um lanche para meio da tarde, registar-nos na excursão, vestir aquelas roupas de neve e apanhar o helicóptero para os glaciares. And we did it!
O caminho até ao heliporto faz-se pelo meio do mato parece que estamos na tropa e temos uma missão de salvamento. Tal como nos alertou a senhora Fátima Moura na cerimónia, a Ana ficou magicamente com vontade de fazer xixi a meio do caminho para o helicóptero, acabados de sair do edifício onde havia casas de banho.... Previsível! O que valeu foi a casa de banho de festival que havia no heliporto para os senhores que lá trabalhavam!
Depois de levarmos uma lição de segurança do Bro, um neozelandês claramente de descendência Maori, seguimos para dentro do helicóptero com mais dois casais (um casal Britânico e outro Malaio). O piloto levanta vôo, dá meia volta e vai em direcção às montanhas dos glaciares.
Aterramos em pleno glaciar, no meio do gelo, rodeados de branco e pedra.
O nosso guia Josh dá-nos as indicações de segurança para colocar os crampons, os pitons para o gelo que se metem nas botas, e lá vamos nós em mais uma aventura subir os glaciares com um grupo de 6 malaios e o tal casal de britânicos.
O gelo dos glaciares parece vidro e à medida que subimos mais branco e puro está. O passeio é feito entre rachas gigantes no gelo e o Josh vai usando a sua picareta para fazer degraus nas paredes de gelo para irmos subindo. Ele explica-nos que os glaciares movem-se 3 a 4 metros por dia! Como tal, nenhuma excursão é igual. O staff todos os dias trabalha o gelo de forma a abrir caminhos para que seja possível fazer as visitas que são verdadeiras gincanas.
Passámos por dentro de túneis de gelo que não são maiores que a nossa largura de ombros.. um tanto claustrofobico, mas brutaaaaal!
Já estávamos a chegar ao topo do glaciar quando as nuvens começam a aparecer e o nevoeiro ameaça a continuação da aventura. O Josh demonstra muita tranquilidade, mas percebemos pelas conversas no walkie-talkie que a indicação é começarmos a descer. Paramos uns minutos para comer o nosso lanche, tirar umas pictures e estava na hora de voltar. As condições não estão nada favoráveis e é melhor jogar pelo seguro.
É neste momento que ouvimos um mega estrondo vindo lá de cima! Olhámos todos com o coração na garganta... Uma derrocada ao vivo! Um conjunto de calhaus de gelo que deslizava montanha abaixo acompanhado de um som forte tão natural como assustador! O Josh, mais uma vez, demonstra uma tranquilidade exímia que nos deixa um bocado mais relaxados! Seguimos viagem, sempre a descer!
O helicóptero foi buscar-nos e fizemos a viagem até terras seguras com uns ligeiros abanões. Tivemos muita sorte porque pelo que se percebeu depois de nós só subiu mais uma excursão por causa do tempo... Vem aí chuva durante 2 dias e com chuva não há passeios!
Depois da excursão estava na hora de descobrir um campervan Park e acertámos na muche com o Rainforest Retreat. Cada lugar de caravana era "esculpido" no mato e toda a zona era em plena floresta. Lindo e relaxante!
À noite fomos beber uma cervejinha ao bar do parque de caravanas e depois de uma caneca, mesmo à montanhistas, aparece a senhora do bar com champanhe a perguntar se estávamos em lua de mel (??? Mas como é que ela sabe?!). Então foi o casal de britânicos que veio connosco em excursão, o Euan e a Bethany que estavam sentados do outro lado do bar, que nos ofereceram este presente (nós dissemos que estávamos em lua de mel durante a excursão)! Muito porreiros. Fomos ter à mesa deles e là ficamos 4 horas na conversa, a beber uns copos e a trocar impressões de viagem! Muito muito castiço!!